terça-feira, 15 de julho de 2014

TEXTO: UNINOMINAL - MARAH MENDS



                                                      Uninominal

Tinha um sossego estranho nos lábios quando abriu a janela de vidro. Sentiu o vento frio da cidade esbofetear sua face. Fazia quase dez graus indicava o ponteiro do prédio que sua vista avistava da janela de vidro. Seu corpo já estava frígido antes da vidraça aberta; fazia cinco graus indicava o ponteiro do seu coração.

Afastou a cortina vermelha e inspirou... bem devagar. Bem devagar. O suspiro saiu trêmulo pelas ventas. Talvez fosse o cansado, talvez fosse a ausência do abraço, talvez fosse... o laço que há pouco delimitou a razão da emoção. Permitiu-se suspirar assim três vezes seguida; e sua pulsação insistia em bater devagar... devagar.

Pensou um milhão de coisas substanciais dentro de um quarto de espaço do tempo que resta. Teve vontade de escrever seus pensamentos, estas coisas de momento, algo assim minimalista, mas tudo que sua mente idealista rascunhou foi... três pontos dentro de dois colchetes. Três pontos dentro de dois colchetes.

Três pontos.
Dois Colchetes.
                                                                                    {...}

                                                                                                                                Marah Mends.

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